Marcelo Sgarbossa, campeão brasileiro de ciclismo na década de 1990, disse que vai trabalhar de bicicleta na Câmara de Porto Alegre
Foto: Mauricio Tonetto/Terra
Foto: Mauricio Tonetto/Terra
Eleito vereador em Porto Alegre pelo PT com 5.723 votos, o ciclista Marcelo Sgarbossa, 37 anos, garante que servirá de exemplo para que a capital gaúcha tenha os 495 km de ciclovias previstos no seu Plano Diretor Cicloviário. Campeão brasileiro na década de 1990, o advogado doutorando em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirma que o seu gabinete na Câmara de Vereadores será a bicicleta e diz que irá trabalhar e cumprir os compromissos pedalando.
"Com certeza irei trabalhar de bicicleta na Câmara, a não ser que esteja chovendo muito. A bike é meu gabinete, pretendo atender meus compromissos com ela", disse o petista, que durante a campanha ergueu a bandeira da "luta pela mobilidade urbana, sustentabilidade social e ambiental, pelas ciclovias e pelo respeito às pessoas".
Criticando o prefeito eleito, José Fortunati (PDT), ele afirma já estar trabalhando, através do Laboratório de Políticas Públicas e Sociais - que ajudou a fundar - pelo cumprimento do artigo 32 da lei complementar 626/09, que determina que 20% do valor total de multas arrecadadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) devem ser investidos na construção de ciclovias e em campanhas que promovam a educação no trânsito.
"A prefeitura admitiu aos ciclistas o não cumprimento da lei, gravamos isso. Em 2009, o então prefeito da capital, José Fogaça (PMDB), assinou o artigo 32 e Fortunati teve ganhos políticos com isso, mas agora diz que não cumpre porque é inconstitucional?", questionou o vereador. Segundo ele, a alegação é que é o prefeito quem determina o destino do orçamento.
"Multa não é orçamento. Se fosse, qual é o interesse em dimunir o número de multas? Eu quero acreditar que isso não passou pelo prefeito. Caso contrário, é um retrocesso fantástico para a cidade. Queremos também que a EPTC abra suas reuniões para ouvir os argumentos dos ciclistas", salientou.
Outras bandeiras
Além do ciclismo, Sgarbossa pretende estabelecer o debate sobre a sociabilidade dos espaços públicos, a utilização de meios ecológicos para a produção de energia e a democratização do acesso à Justiça durante seus quatro anos na Câmara de Porto Alegre.
Além do ciclismo, Sgarbossa pretende estabelecer o debate sobre a sociabilidade dos espaços públicos, a utilização de meios ecológicos para a produção de energia e a democratização do acesso à Justiça durante seus quatro anos na Câmara de Porto Alegre.
"Queremos uma cidade voltada para as pessoas, com jardins e hortas comunitárias que podem ser feitas com a sobra de materiais da construção civil, por exemplo. Também queremos propagar o uso da energia fotovoltaica para transformar a energia solar em elétrica, como já acontece no prédio onde eu moro, e democratizar o acesso à Justiça, aproveitando a experiência que tive no Ministério da Justiça", afirmou.
Currículo
Marcelo Sgarbossa começou a pedalar aos 12 anos, em Lagoa Vermelha (RS), e logo se tornou competidor, indo morar na Itália e representando o Brasil em campeonatos mundiais em 1992, 1994 e 1996. Depois de cinco anos na Europa, voltou ao País em 1997, onde encerrou sua carreira aos 22 anos desiludido com o frequente uso de doping no seu esporte.
Marcelo Sgarbossa começou a pedalar aos 12 anos, em Lagoa Vermelha (RS), e logo se tornou competidor, indo morar na Itália e representando o Brasil em campeonatos mundiais em 1992, 1994 e 1996. Depois de cinco anos na Europa, voltou ao País em 1997, onde encerrou sua carreira aos 22 anos desiludido com o frequente uso de doping no seu esporte.
Ao abandonar o ciclismo, Sgarbossa diplomou-se em Direito e voltou para a Itália em 2004, onde fez mestrado em Análise de Políticas Públicas na Universidade de Turim. Atualmente, é doutorando na UFRGS e exerce o magistério e a militância política.
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