As mulheres costumam apresentar doenças cardiovasculares mais tardiamente do que os homens - e buscam ajuda médica em fases mais avançadas -, o que pode ajudar a explicar por que elas têm duas vezes mais chances de morrer de infarto, segundo estudo apresentado esta semana no Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. De acordo com o cardiologista Antonio de Pádua Mansur, do Instituto do Coração, elas também têm dificuldades na mudança de alguns hábitos fundamentais para evitar fatores de risco, como obesidade abdominal, sedentarismo e diabetes.
O especialista explica que a principal suspeita de uma elevada incidência de mortes pós-infartos é que as mulheres costumam chegar mais tardiamente ao hospital do que os homens. “O que atrasaria não só o diagnóstico, mas também a conduta médica, que acaba por acontecer após um período muito maior: às vezes tarde demais”, explica o palestrante do Congresso. Em 20% dos casos, os sintomas são atípicos, diferentes dos apresentados no sexo masculino, como enjôos, mas “não justificaria o grande aumento do número de mortes por infarto em mulheres”. Para o cardiologista, é necessário montar mais linhas de estudo para entender essas diferenças e desenvolver mais abordagens direcionadas às mulheres. “Temos que inserir mais mulheres nos protocolos de pesquisas para diagnóstico e também nos de tratamentos da doença cardiovascular e definir quais as características específicas sobre as quais o cardiologista precisará atuar para que a terapêutica, emergencial ou não, tenha melhores prognósticos e respostas”, conclui. Um estudo francês recém apresentado no encontro científico do American College of Cardiology, com 3 mil mulheres que tiveram eventos cardiovasculares, mostrou que elas morrem mais de crises cardíacas porque dificilmente recebem as mesmas análises e tratamentos dados rotineiramente aos homens. Baseados nesses resultados, os autores concluíram que as mulheres têm duas vezes mais riscos de morrer de infarto após 30 dias do que os homens. “Existe uma tendência mundial de elaborarmos protocolos de estudos somente para o sexo feminino, mas, até lá, é necessário levantar a questão para a classe médica e para as mulheres”, finaliza o especialista. |
domingo, 14 de outubro de 2012
Mulheres têm duas vezes mais chances de morrer de infarto do que os homens, indica estudo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário