sábado, 9 de junho de 2012

Conheça os 10 crimes contra o patrimônio mais praticados nas grandes cidades do Estado


Mapa da violência09/06/2012 | 17h44


A cada dois minutos e meio, uma pessoa é alvo de ladrões no Estado

Enquanto os moradores dos pequenos municípios sofrem com invasões a residências, furtos em veículos e abigeato, os gaúchos das grandes cidades são ameaçados diariamente por bandidos armados em ataques a pedestres e roubos de carros.
Para radiografar essa realidade, Zero Hora mapeou os 10 crimes contra o patrimônio que mais atormentam quem vive no Estado. Esse grupo de delitos foi responsável por 31,8 mil das 55 mil ocorrências de furto e roubo registradas no primeiro trimestre. Entre as constatações, está a de que os pequenos municípios, menos policiados, são territórios livres para os delitos menores, enquanto que na Região Metropolitana e nos centros regionais, como Pelotas e Caxias do Sul, a opção pelo assalto com arma de fogo está consolidada entre os criminosos.
Confira um gráfico com os tipos de crime por cidade gaúcha.
Apontadas como refúgio à violência urbana, as cidades com até 50 mil habitantes, vivem uma rotina de furtos que mina a tranquilidade de seus moradores. Apesar de os assaltos armados ainda serem exceção, já não é possível deixar a porta da varanda aberta ou o carro com os vidros baixos. Até as casas bem trancadas correm risco sem a presença dos moradores. Entre arrombamentos e furtos simples (sem necessidade de destravar porta ou janela), foram 3.326 casos. Ou seja: 36 ataques por dia em municípios tidos como pacatos.
Proporcionalmente ao número habitantes, o índice de residências atacadas é maior nesses lugarejos do que nos centros urbanos. Na lista de pequenas cidades atingidas pelo fenômeno está Santa Vitória do Palmar, a 241 quilômetros ao sul de Rio Grande e com 30 mil moradores. A delegacia local registrou 33 invasões de domicílio no verão. O suficiente para levar às rádios locais o delegado Rafael Vitola Brodbeck.
— Tento fazer um trabalho de conscientização com a comunidade. Explicar que é preciso trancar bem a casa quando se sai, mantê-la iluminada à noite. O pessoal aqui é desconfiado, mas não ao ponto de mudar a cultura — explica o policial.
O número de casos, considerado alto para a isolada cidade pelo delegado, é atribuído à combinação da difusão do crack na comunidade com a tradição dos moradores de trocarem suas residências nos finais de semana por casas em balneários como o Ermenegildo.
— Drogas como o crack são impulsionadores desse tipo de delito no Interior — pondera.
Se falta sossego nas cidadezinhas, nos maiores municípios as pessoas temem a morte em um assalto que deu errado. Em apenas 91 dias do ano, foram registrados 5,9 mil roubos a pedestres, ou seja, três por hora. A maior parte, 4,8 mil ataques, aconteceu em cidades com mais de 100 mil habitantes. Proporção semelhante é verificada quando a intenção dos bandidos é tirar o motorista do volante para levar seu carro. Dos 2,8 mil roubos de veículos, 2,5 mil tiveram como palco as 18 maiores cidades gaúchas.
Mais: o número de ataques que terminam com vítimas feridas é maior quando o assalto ocorre em uma grande cidade. No roubos a pedestres, o número é cinco vezes maior. Por trás da agressão, está a pressa dos bandidos em deixar o local. Para o psiquiatra forense Rogério Cardoso, a explicação pode estar no fato de que nas cidades os laços sociais são mais fracos:
— O ataque violento está ligado a uma falta de consideração pelo outro. Neste sentido, a cidade grande é mais impessoal e desumana, podendo contribuir para esse fenômeno.
Para analisar a taxa de incidência dos crimes nos diferentes rincões do Estado, a reportagem dividiu as cidades gaúchas em quatro categorias: até 10 mil habitantes, entre 10 mil e 50 mil, 50 mil a 100 mil e mais de 100 mil habitantes. Em seguida, para determinar qual o impacto da violência em cada grupo de municípios, o número de crimes foi comparado às populações destes grupos e expresso em uma taxa por 100 mil habitantes.
Apontadas por especialistas e policiais como uma das dinâmicas do crime, a hipótese de que os bandidos migram de acordo com a oferta de alvos também é sustentado pelo levantamento que se debruça sobre crimes registrados nos meses de verão. Entre as cidades pequenas, mesmo com reforço do policiamento, lideram o ranking de roubo a pedestres aquelas localizadas no Litoral Norte. Celulares, carteiras e relógios usados por veranistas distraídos são os bens mais visados pelos assaltantes à beira-mar.
— No verão, o criminoso que atua aqui vem de fora. No caso dos arrombamentos a residência, que até caem em relação ao resto do ano, os ataques se concentram nos dias de semana, quando há mais residências vazias — explica o delegado Paulo Perez, titular da Delegacia da Polícia Civil de Tramandaí.

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