São Paulo -  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pisar ontem em um palanque e a ensaiar a retomada da agenda política, o que deve acontecer plenamente, segundo ele, “de 15 a 20 dias”. A aparição pública do líder petista após a cura do câncer de laringe aconteceu em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde vive, na inauguração do Centro Educacional Unificado (CEU) Regina Rocco Casa. A escola homenageia a mãe da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Em clima de campanha, a inauguração teve a participação do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT); do pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, entre outros. Diante de Lula, a senadora Marta Suplicy, disse que apoiará Haddad.
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Ex-presidente retomou ontem, emocionado, o discurso político em São Bernardo do Campo, na inauguração de escola com nome da mãe de D. Marisa | Foto: EFE
Sem esconder a alegria e a emoção de voltar a falar em público — o que aconteceu por cerca de sete minutos — , o ex-presidente reconheceu que estava abusando. “Se eu tivesse juízo, eu não estaria falando, porque minha garganta ainda não está boa. Mas eu espero que daqui 15, 20 dias, eu esteja apto a me dirigir aos os companheiros e companheiras pelo Brasil afora para ajudar nosso partido a continuar crescendo, elegendo pessoas como Luiz Marinho, Fernando Haddad, Mário Reali (prefeito de Diadema)”, disse.

Ele também elogiou a presidenta Dilma Rousseff. “A Dilma é outra coisa que vai acontecer no Brasil como aconteceu comigo. Assim como um operário provou que não era preciso ter uma pilha de diplomas universitários para entender de pobre e cuidar de pobre, ela vai provar que a mulher não é inferior. Ela vai provar uma coisa que eu acreditava: que pra governar, a gente tem que colocar o coração na frente. A gente não tem que ter muita sabedoria apenas teórica, tem que ter a sabedoria de mãe: cuidar de quem precisa ser cuidado, que é a gente mais pobre desse país.”

Ataque de tosse encerra fala ao público

A vontade de voltar correndo à vida política é clara. Mas também é certo que o ex-presidente vai ter que pegar leve na agenda. Ontem, o discurso de improviso, com direito a choro, acabou interrompido por um ataque de tosse — quando elogiava a presidenta Dilma Rousseff —, logo acalmado com água. Demonstrando cansaço, Lula prometeu: “No próximo [DISCURSO]eu estarei muito melhor, para falar muito mais coisas”.

A aparição revelou um Lula mais magro e com cabelos crescentes. Segundo o prefeito Luiz Marinho, o ex-presidente vai iniciar processo de fisioterapia para recuperar massa muscular. Ele destacou, porém, que o PT e aliados precisam saber que não poderão contar com Lula como em outras eleições.